O Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), em parceria com o Ministério da Saúde e o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), deu um passo estratégico na área da saúde pública com o lançamento das diretrizes técnicas para a Vigilância Baseada em Eventos (VBE) em Cabo Verde.
O evento decorreu na sexta-feira, 6 de junho, na cidade da Praia, e contou com a presença do Ministro da Saúde, Dr. Jorge Figueiredo, e do Diretor Regional do África CDC, Dr. Alinon Kokou.
A cerimónia marcou o encerramento de cinco dias de trabalho técnico, que decorreu entre 2 e 5 de junho, e que culminaram na validação do quadro da VBE. Durante o workshop, representantes de várias instituições do setor da saúde revisaram e consolidaram as diretrizes que agora entram em vigor, em alinhamento com a abordagem “Uma Só Saúde”, que integra os domínios da saúde humana, animal e ambiental.
Nos discursos de abertura, o Ministro da Saúde destacou a importância do novo quadro para o fortalecimento da capacidade nacional de deteção precoce e resposta atempada a ameaças sanitárias. Enquanto o Diretor da África CDC elogiou os esforços de Cabo Verde e reafirmou o compromisso do África CDC em apoiar os Estados-membros na implementação de sistemas de vigilância mais robustos e integrados.
Por seu lado, a presidente do Conselho Diretivo do INSP, Dra. Maria da Luz Mendonça, apresentou o documento final e reiterou o empenho da instituição em garantir a operacionalização eficaz da VBE em todo o território nacional.
A Vigilância Baseada em Eventos introduz uma nova abordagem na monitorização de riscos sanitários, ao permitir a recolha e a análise de informações ad-hoc, muitas vezes não estruturadas, provenientes de diversas fontes, incluindo a comunidade. Diferente da vigilância tradicional, centrada em dados formais e rotineiros, a VBE promove uma resposta mais célere e proativa a surtos, epidemias e emergências de saúde pública.
Com este novo referencial técnico, qualquer interveniente do Sistema Nacional de Saúde, público ou privado, poderá sinalizar em tempo real possíveis ameaças à saúde, o que promove assim uma atuação coordenada e eficiente por parte das autoridades sanitárias.