O Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), em parceria com a Direção Nacional de Saúde e com o apoio técnico e financeiro do escritório local da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo Global, através do CCS-SIDA, iniciou nesta segunda-feira, 6 de janeiro, uma ação de reforço de treinamento na luta anti vetorial voltada para os agentes de luta anti vetorial, equipas de informação, educação e comunicação para a saúde, e parceiros que atuam no terreno.
Segundo a Dra. Maria da Luz Lima, presidente do INSP, a ação conjunta visa capacitar os agentes e parceiros no reforço da atuação no terreno e na maior conscientização da população sobre os riscos das larvas do mosquito transmissor de doenças como a dengue.
“A formação combina teoria e prática, com sessões de diálogo para esclarecimento de dúvidas, trabalho de campo acompanhado por formadores e uma análise final para identificar e corrigir lacunas. O objetivo é garantir que os agentes e parceiros estejam preparados para educar a população sobre os perigos das larvas e a importância de eliminá-las antes que se transformem em mosquitos”, destacou.
“Apesar de o número de casos de dengue estar controlado, as visitas ao terreno revelaram a presença de larvas não tratadas e a falta de informações sobre a sua relevância. A população, muitas vezes, não reconhece que as larvas nas formas aquáticas, conhecidas localmente como “Saltão” em Santiago, “Dom Dom” no Fogo e “Mané Cabeça” no Barlavento, são mosquitos em desenvolvimento que podem transmitir doenças em poucos dias”, completou.
A formação está estruturada em três dias: um primeiro dia teórico, seguido de práticas em campo e, ao final, uma análise crítica dos resultados. Essa abordagem tem como objetivo não apenas combater a atual situação, mas também capacitar Cabo Verde a contar com um grupo nacional de formadores como forma de garantir a replicação do treinamento em outras ilhas e municípios.
Nesta fase inicial, a formação está focada nas ilhas de Santiago e Fogo, consideradas de maior risco de transmissão. No futuro, o modelo será ampliado para outras regiões, com a liderança de formadores nacionais, a fim de garantir a sustentabilidade e o impacto duradouro na luta contra as doenças de transmissão vetorial no país.