O Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) foi reconhecido pelo seu papel fundamental no mestrado em Epidemiologia de Campo, que envolve países da África lusófona, durante o encerramento do seminário de mestrado em Epidemiologia de Campo que decorreu no dia 6 de setembro, na cidade da Praia. A presidente do INSP, Dra. Maria da Luz Lima, e o diretor do projeto FETP-CV, Dr. António Pedro Delgado, sublinharam a relevância do curso para capacitar profissionais a enfrentar desafios epidemiológicos nos seus países de origem.
O evento, que teve lugar na sala de reuniões do Instituto Nacional de Saúde Pública, reuniu alguns dos quinze estudantes do mestrado em Epidemiologia de Campo para países da África lusófona, bem como o diretor e os coordenadores do Projeto Field Epidemiology Training Program master em Cabo Verde (FETP-CV), representantes de outras organizações de saúde em Cabo Verde, a pró-reitora para a Investigação e Formação da Universidade de Cabo Verde e a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública de Cabo Verde.
Durante uma semana, quinze estudantes do curso de mestrado em Epidemiologia de Campo — seis de Cabo Verde, seis da Guiné-Bissau e três de São Tomé e Príncipe — estiveram reunidos num seminário para partilhar e discutir as propostas de pesquisas e os progressos alcançados pelo Projeto FETP-CV, do qual o Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) é parceiro.
Segundo a presidente do INSP, Dra. Maria da Luz Lima, este mestrado surgiu de um projeto de consórcio que envolve vários outros países da África lusófona e que conta com uma parte prática, onde o instituto encontra-se alinhado com os outros Institutos Nacionais de Saúde Pública de países como Moçambique e Guiné-Bissau.
Nas palavras do diretor do Projeto FETP-CV, Dr. António Pedro Delgado, o mestrado em Epidemiologia de Campo tem um caráter profissionalizante, com uma componente de treino que visa “transformar os formandos em agentes capazes de enfrentar os problemas epidemiológicos e resolvê-los”.
Com o objetivo de reunir as três turmas do mestrado num único local, surgiu a oportunidade de deslocar todos para Cabo Verde, a fim de apresentarem os resultados obtidos ao longo destes doze meses de projeto, que culminou num seminário que contou com a presença de doze alunos, dos quinze que compõem o grupo de formandos.
“Nós propusemos e eles aceitaram iniciar a elaboração de artigos sobre os temas das suas teses, para publicação aqui no Instituto Nacional de Saúde Pública ou no Instituto de Higiene e Medicina Tropical”, destacou Delgado.
“Pelos resultados obtidos, consideramos difícil não continuar este processo”, acrescentou, referindo-se ao projeto de mestrado, alojado pela Universidade de Cabo Verde e com o suporte do INSP.
Por seu lado, a pró-reitora para as áreas de Investigação e Formação Avançada da Universidade de Cabo Verde, Dra. Sónia Semedo, reconheceu o papel do INSP na concretização do projeto e na receção dos estagiários, através de um protocolo assinado entre as duas instituições.
“Sem a vossa parceria e envolvimento, podíamos trabalhar imenso, mas no final os estudantes não teriam esse sentido de reconhecimento e de que as coisas foram bem feitas”, realçou.
“Como instituição, acreditamos que esta parceria veio para ficar”, sublinhou a Dra. Sónia Semedo.
Durante a cerimónia, a Dra. Sandra Brito, mestre em Epidemiologia de Campo, manifestou, em nome de todos os estudantes da turma, uma “profunda gratidão” pela oportunidade e frisou o compromisso de cada um em reforçar a vigilância epidemiológica nos países de origem.
O evento contou também com uma visita guiada dos estudantes à sede do Instituto Nacional de Saúde Pública, situada em Chã d’Areia, onde puderam conhecer de perto o sistema laboratorial da instituição.
O representante da turma da Guiné-Bissau, Dr. e mestre Babane Mancabo, mostrou-se impressionado com os trabalhos realizados pelo INSP desde a sua criação, afirmando que “nota-se uma vontade total das pessoas e uma colaboração para levar o trabalho em frente”.