Assinalou-se no dia 4 de fevereiro, o Dia Mundial do Cancro, este ano sob o lema “Nós Podemos, Eu Posso”, lançado em 2016 como parte de uma campanha de três anos, para maximizar o seu alcance e impacto, com o objetivo de reflectir sobre esta enfermidade, que vem afectando pessoas de diferentes faixas etárias. Com a celebração da efemeride, as aotoridades querem sensibilizar a população que, de forma colectiva ou individual, todos nós, podemos contribuir para a redução do impacto do cancro nos indivíduos, famílias e comunidades.
O cancro é a principal causa de morte em todo o mundo, com cerca de 8,8 milhões de mortes em 2015. A doença está a tornar-se rapidamente num dos principais problemas de saúde na Região Africana da OMS e no mundo em geral e são necessárias intervenções para a sua prevenção, deteção precose, tratamento e acompanhamento. Actualmente, muitos dos casos podem ser prevenidos mediante a adopção de estilos de vida saudável e rastreios preventivos.
No entanto, o envelhecimento da população africana, a persistência de infeções crónicas e de estilos de vida não saudáveis, o excesso de peso, o baixo consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física e consumo de tabaco e álcool, são os principais fatores de risco.
Mensagem da Dr.ª Matshidiso Moeti, Diretora Regional da OMS para a África,
no Dia Mundial do Cancro, 4 de Fevereiro de 2017
As comemorações do Dia Mundial do Cancro, a 4 de fevereiro de 2017, continuam a estar sob o tema “Nós Podemos, Eu Posso” lançado em 2016 como parte de uma campanha de três anos para maximizar o alcance e o impacto. É um dia para refletir sobre como o cancro afeta toda a gente de diferentes formas e como, de forma coletiva ou individual, todos nós, dos cozinheiros aos legisladores, podemos tomar várias medidas para reduzir o impacto do cancro nos indivíduos, famílias e comunidades.
E existe uma razão urgente para fazê-lo.
O cancro é a principal causa de morte em todo o mundo, com cerca de 8,8 milhões de mortes relacionadas com o cancro a ocorrerem em 2015. Nos próximos 20-30 anos, espera-se que a taxa de mortalidade mundial devido ao cancro seja o dobro e os países africanos serão provavelmente os mais afetados.
Na Região Africana, os cancros mais comuns são o do colo do útero, da mama, do fígado e da próstata, assim como o sarcoma de Kaposi e o linfoma não Hodgkin. Infeções virais que causam cancro, como o vírus do papiloma humano (HPV) e a hepatite B e hepatite C (HBV/HCV) contribuem de forma significativa para o fardo do cancro do colo do útero e do cancro do fígado.
Esta previsão perturbante sobre o aumento de casos do cancro tem como base o envelhecimento da população africana, a persistência de infeções crónicas e de estilos de vida não saudáveis e fatores de risco como o excesso de peso, baixo consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física e consumo de tabaco e álcool. Essas escolhas são bastante influenciadas por forças que estão fora do controlo das pessoas, desde escolhas alimentares baratas e não saudáveis em lojas e escolas ao fraco planeamento urbano e publicidade ao tabaco e álcool.
O Escritório Regional da OMS para a África lançou recentemente um relatório que descobriu, de forma alarmante, que uns quartos dos adultos inquiridos em metade dos países africanos possuíam pelo menos três destes fatores de risco. O tabaco é o fator de risco mais importante para o cancro, causando cerca de 70% das mortes devido ao cancro do pulmão e 20% de mortes por outros tipos de cancros a nível mundial. Na Região Africana, o consumo diário de tabaco entre os adultos varia dos 5 aos 26% (12% ao longo da Região).
Temos de fazer todos os possíveis para reverter estas tendências que ameaçam os ganhos na saúde que alcançámos noutras áreas. De forma coletiva, os governos e as sociedades podem inspirar e tomar medidas através da criação de escolas, locais de trabalho e cidades saudáveis; da promoção de alterações políticas; da melhoria do acesso a cuidados oncológicos centrados nas pessoas; da criação de programas de bem-estar para doentes e famílias, assim como de serviços psicossociais e de reabilitação; do investimento na vigilância e no controlo do cancro; do apoio a pessoas que estão a fazer tratamentos de várias formas; do desafio a mitos e perceções e do incentivo à deteção precoce do cancro.
Como indivíduos, podemos fazer escolhas de estilos de vida saudáveis e compreender que o rastreio e diagnósticos precoces salvam vidas, tomar controlo da viagem do cancro e pedir apoio e podemos utilizar as nossas vozes para promover a sensibilização e controlo do cancro. Podemos proteger-nos e aos nossos entes queridos contra o cancro do fígado e do colo do útero através da vacina contra o HBV e HPV, respetivamente.
À medida que o cancro continua a levar milhões de pessoas de forma prematura, os governos devem tomar medidas urgentes para alcançar as metas de redução do fardo do cancro e de outras doenças não transmissíveis. Mudanças do estilo de vida – embora não sejam fáceis – irão conseguir bastantes resultados na redução das probabilidades de contrair cancro e de ter uma morte muitas vezes lenta e dolorosa. Juntos podemos derrotar o cancro.