Assinala-se a 04 de fevereiro, o Dia Mundial do Cancro, este ano, sob o lema “Estou atento e Vou agir”. Neste âmbito o Instituto Nacional de Saúde Pública, realizou em conjunto com os seus parceiros, uma mesa redonda na Cidade da Praia, com o objetivo de promover uma reflexão sobre esta doença que é considerado um problema de saúde pública.
Para o Administrador Executivo do INSP, Júlio Rodrigues, o lema deste ano, chama atenção para agirmos sobre os fatores de rico modificáveis através de promoção e adoção de comportamentos saudáveis, diagnostico precoce e promoção da literacia em saúde.
O Diretor Nacional da Saúde, Artur Coreia, que Presidiu a cerimónia de abertura, considerou que o combate ao cancro em Cabo Verde constitui um desafio, que o país não pode se desviar, apelando ao envolvimento de toda sociedade Cabo-verdiana desde as organizações governamentais, organismos internacionais, ONGs e toda a população para minimizar os efeitos do cancro a nível nacional.
“os Cabo-Verdianos são chamados a sua responsabilidade para contribuíram para a mitigação dos efeitos negativos do cancro,” pois o surgimento desta doença segundo Artur Coreia, tem a ver com aquilo que fazemos, aquilo que comemos, aquilo que bebemos, para alem da carga genética associada, portanto há que se apostar na prevenção.”
O Diretor Nacional da Saúde também reconheceu que grande parte do diagnostico do cancro que é realizado em Cabo Verde é tardio, ou seja, numa fase avançada da doença, por isso apontou que um outro desafio que o sistema tem que vencer tem a ver com o diagnostico precoce. Para isso há o Programa de Prevenção e Rastreio do Cancro que juntamente com os parceiros pretende dinamizar este processo tanto na vertente diagnostico, tratamento e seguimento, mas também na vertente preventiva.
Cabo Verde regista, por ano, uma média 300 mortes de cancro. Os mais prevalentes são os cancros da mama, do colo do útero, do aparelho digestivo e da próstata, sendo que os homens são os que mais morem por cancro no país. De acordo com os dados do Programa de Prevenção e Rastreio do Cancro (PPRC), esta doença representa a 2º causa de morte e de evacuação em Cabo Verde.
A Diretora do PPRC, Carla Barbosa, disse que apenas 10% de cancro advém de causas hereditárias e os restantes 90% são devido a causas esporádicas controláveis. “O cancro é consequência daquilo que nós fazemos”. Nesta senda, há um grande trabalho a ser feito na sensibilização da população sobre fatores de risco que tem a ver com alimentação inadequada, a falta de atividade física, a obesidade entre outros, para minimizar os seus impactos e conseguir ganhos importante nesta luta.
Carla Barbosa frisou ainda que a outros níveis há que melhorar o diagnostico, o tratamento e os cuidados paliativos pois mais de 60% dos cancros são diagnosticados em estado avançado da doença.
O Programa de Prevenção e Rastreio do cancro avançou que já existe um plano estratégico que será validado até o segundo semestre deste ano com diretrises importantes para melhorar as intervenções a nível desta problemática, nomeadamente a implementação da vacina HPV em meninas dos 9 aos 15 anos e implementar um serviço de oncologia com leitos.
Segundo a OMS, somente em 2018 o mundo registou mais de 18 milhões de novos casos e 9 milhões de mortes e se a tendência atual continuar, a região africana da OMS poderá registar mais de 2 milhões de novos caso de cancro até 2040. Tomas Valdez que falava em representação da OMS, reconheceu os esforços feitos por Cabo Verde nesta matéria de luta contra o cancro e manifestou a disponibilidade da sua organização em apoiar o país na implementação do Manual das Diretrizes da OMS para o manejo da dor em pacientes adultos e adolescentes com cancro submetidos a terapia farmacológica e radioterapêutica bem como o Guia para o tratamento precoce do cancro.
O evento realizado nesta segunda-feira 04 de fevereiro, na sede do Instituto Nacional de Saúde Pública, contou com a participação de vários intervenientes nomeadamente MSSS, DNS, Programa de Prevenção e Rastreio do Cancro, ALCC, OMS, MAA, RSSA, RSFB, Delegacia de Saúde de São Vicente, UNICV, CCS-SIDA, UNICA, DNE, ANAS, UNICEF profissionais de saúde entre outros.