No âmbito da visita de uma delegação portuguesa chefiada pelo Ministro da Saúde de Portugal, Adalberto Carlos Fernandes, à Cabo Verde desde o dia 15, a convite do homólogo Cabo-verdiano, Arlindo do Rosário, tendo como objetivo fortalecer as cooperações na área de saúde entre os dois países.
Esta terça-feira, os dois governantes assinaram dois protocolos de cooperação, sendo o primeiro com vista a formação de médicos cabo-verdianos, na área da Medicina Geral e Familiar. O segundo protocolo, rubricado entre o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge de Portugal e o Instituto Nacional de Saúde Pública de Cabo Verde, visa estreitar as relações e estabelecer as bases para um programa de cooperação técnica e institucional nas áreas relacionadas à saúde, como a investigação/pesquisa, ensino, divulgação cientifica, desenvolvimento tecnológico, vigilância epidemiológica, qualidade e gestão dos serviços de saúde, formação/capacitação e outras ações conjuntas nos diferentes domínios de intervenção das partes e de interesse estratégico para ambas as mesmas.
Arlindo do Rosário, Ministro da Saúde e da Segurança Social, lembrou que a cooperação com Portugal vem desde os princípios da independência e que tem sido relançada em vários períodos através dos acordos de cooperação. O último acordo foi o Plano Estratégico de Cooperação, assinado em 2017.
“Nós temos necessidade de reforçar a formação pré e pós-graduada, o que permite ganhos de competência ao nível dos hospitais centrais e com isso teremos um contributo muito importante no reforço do Sistema Nacional de Saúde.” Disse.
Arlindo do Rosário salientou que mais do que acordos circunstanciais entre governos, são acordos entre Estados que ultrapassam o tempo de cada governo. E que o que se pretende, agora, através de dos protocolos específicos, é redefinir aquilo que já está estabelecido a nível do acordo chapéu da cooperação entre os dois estados.
“É neste sentido que nós queremos definir através de linhas estratégicas e claras o desenvolvimento do sistema de saúde de Cabo Verde com o apoio de Portugal, nomeadamente em áreas que consideramos prioritárias como a hemodialise, a telemedicina, a formação pós-graduada, aliás já existe já uma formação pós-graduada na área da medicina.”
Sobre o protocolo assinado, o Ministro da Saúde de Portugal, Adalberto Fernandes considerou que abre diferentes áreas de cooperação e reforça as que existem.
“A nossa determinação é que se houver vontade política de ambas as partes, duas vezes por ano, a nível político, nós fazemos um acompanhamento para ter certeza que estamos a ir bem e com a velocidade que se impõe para que os resultados sejam cada vez mais fortes e mais efetivos. Portugal manifesta abertura ao nível de financiamento, técnico e estrutural e dos recursos humanos em ajudar o governo de Cabo Verde nesse objetivo que é importante”.
Adalberto Fernandes disse ainda que Portugal tem um nível de cooperação com os países que integram na CPLP, salientando que com Cabo Verde o seu país tem uma maior história e uma cooperação muito ampla e profícua e que vê “com muito bons olhos a evolução notável que o país tem. Cabo Verde tem feito uma trajetória impressionante do ponto de vista dos indicadores de saúde”, reconhece.
Conforme Adalberto Fernandes, agora pretende-se introduzir neste ambiente de cooperação técnica “uma fortíssima liderança e vontade política para que se possa sistematizar mais, aprofundar, e naturalmente contribuir para que o sistema de saúde de Cabo Verde seja cada vez mais autónomo, nomeadamente a necessidade da evacuação de doentes seja apenas de natureza clínica”.
O governante português afirmou também que Portugal está disponível para ajudar ao nível da cooperação quer com os meios técnicos quer com recursos humanos e aprender com Cabo Verde o muito que se tenha feito, ao nível das doenças de emergências e doenças relacionadas com vetores, porque consideram que a experiência de Cabo Verde é de grande valor em termos de saúde pública.
Quanto à situação do alojamento dos evacuados, promete junto do colega da segurança social medidas conjuntas que possam melhorar as dificuldades e fazer com que as pessoas tenham um acolhimento digno enquanto estão a ser tratados.
O Ministro da Saúde de Portugal e sua delegação efetuaram também visitas as estruturas de saúde, nomeadamente o Hospital Dr. Agostinho Neto e a Região Sanitária de Santiago Norte.