O Instituto Nacional de Saúde Pública, como o objetivo de reforçar as capacidades nacionais de resposta as urgências e melhor as competências para identificação de problemas de saúde pública precoce na população, realiza o primeiro treinamento em epidemiologia de campo em território nacional, para um primeiro grupo de 15 profissionais da saúde humana, animal e ambiental.
A formação que iniciou, hoje, 21 de junho, em Cidade Velha tem o formato teórico-prático de um nível básico com a duração de 3 meses iniciais mais que vai avançar para um nível mais avançando no decorrer do programa que tem a duração de 3 anos.
Para o Ministro da Saúde, Arlindo do Rosário que presidiu a cerimónia de abertura, a situação sanitária de há alguns anos com várias epidemias que o pais já enfrentou, nomeadamente de dengue, zika, paludismo, a atual pandemia do SARS-CoV-2 bem como o risco de introdução de várias doenças da sub-região nomeadamente a vírus ébola, “Cabo Verde precisa estar cada vez mais preparado para prevenir, detetar e dar resposta aos eventos de saúde pública que possam ocorrer a nível interno e/ou com abrangência internacional.”
O Ministro destacou necessidade de elaboração de um Plano Nacional de Segurança Sanitária e o desenvolvimento do Plano de Emergência Multissectorial e Multirrisco, envolvendo de forma sistémica os sectores da saúde humana, animal e ambiental.
Arlindo do Rosário salientou também que a vigilância sanitária como elemento essencial da estratégia de saúde pública precisa ser consolidada, além de rematar que o país deve construir uma epidemiologia metodológica com sólidas bases e articulada entre o s serviços de saúde e as necessidades da população. Porque segundo disse, o objetivo do governo é “ter um sistema nacional de vigilância epidemiológica que abarca de forma uniforme todas as ilhas, promovendo a distribuição equitativa e descentralizada dos recursos”.
Para Maria da Luz Lima, Presidente do INSP, a pandemia veio mostrar que a vigilância, alerta precoce e capacidade de resposta rápida e eficiente, são cada vez mais fundamentais para a saúde publica dos países. Sendo que Cabo Verde tem carência de especialistas em epidemiologia tanto na área da saúde humana, como na saúde animal e ambiental, a implementação do FETP em Cabo Verde tem sua importância especialmente na possibilidade de reforçar a capacidade de resposta para deteção precoce de problemas de saúde pública na população, melhorar a acurácia e a completitude dos dados de vigilância, bem como melhorar a capacidade dos gestores de saúde em prover análises de problemas de saúde pública, fortalecendo a cultura da utilização de dados para a tomada de decisão.
O treinamento a muito esperado, segundo a Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública é uma resposta ao Programa do Governo e a decisão da Instância Nacional de Coordenação para ONE HEALTH coordenado pelo INSP, hora realizado com a parceria da Associação Brasileira de Epidemiologia de Campo ProEpi, da Organização Oeste Africana da Saúde (OOAS), da Organização Mundial da Saúde, do Centro Africano de Controlo de Doenças (Africa CDC), do CDC Atlanta dos Estados Unidos e da Tephinet.
Para além da Presidente da ProEpi, Sara Feraz e a Diretora dos Serviços de Pecuária da DGASP, Analina Olende, presenciais, praticaram também desta cerimónia de abertura do treinamento via plataforma zoom, o Diretor Geral da Organização Oeste Africana da Saúde (OOAS) Stanley Okolo, o Representante da OMS em Cabo Verde, Hernando Agudelo, o Representante do CDC Atlanta, Augusto López, e o Diretor da Tephinet Carl Reddy.
Os Programas de Treinamento em Epidemiologia de Campo dotam os países de capacidade para o provimento de respostas eficientes às situações de urgências e emergências de saúde pública. Os profissionais capacitados estão sempre disponíveis para liderar e participar em equipas de task force para apoiar respostas efetivas e céleres em situações de surtos, epidemias, desastres, catástrofes e outras ameaças.