O Instituto Nacional de Saúde Pública, em parceria do Escritório Conjunto da UNICEF/UNFPA/PENUD, promove de 10 a 19 de agosto, uma ação de capacitação para os agentes sanitários, a nível nacional, no contexto da covid-19 e da promoção e prevenção de doenças numa perspetiva de proximidade e de conhecimento dos problemas dos indivíduos, famílias e comunidades.
A cerimónia de abertura da formação que teve lugar no INSP, nesta segunda-feira 10, foi presidida pelo Ministro da Saúde e da Segurança Social, Arlindo do Rosário que considerou que os agentes sanitários têm um papel fundamental, uma vez que são o braço do Serviço Nacional de Saúde.
“O papel dos agentes sanitários é fundamental e nós valorizamos isso. Nós quisemos que essa formação fosse enquadrada num pacote maior, que incluía a questão da formação dos agentes, mas também tendo em conta a transição geracional que está a acontecer a nível deste grupo profissional, de forma que poderá se ter novos agentes, eventualmente, formados de raiz, sem perder de vista a capacitação dos já existentes,” salientou.
Arlindo do Rosário destacou que os agentes sanitários conhecem um conjunto de informações fundamentais para aquilo que se pretende, que é a promoção da saúde, junta das comunidades.
“Eles são um elo fundamental que permite que tenhamos uma visão perfeita e mais conseguida daquilo que se passa a nível micro. Eles estão no terreno, nas comunidades, conhecem os problemas ambientais, os problemas de saneamento, os problemas a nível de habitação e os problemas de desemprego. Eles conhecem aquilo que chamamos de determinantes da saúde” reforçou.
Conforme avançou ainda, o conteúdo do programa que irá ser abordado atende às preocupações ligadas à questão do saneamento, dos idosos, das crianças, à cobertura vacinal e os problemas ligados à violência baseada no género.
De acordo com a Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, trata-se de um projeto que há muito vem sendo trabalhado por uma equipa, “prata da casa” e que agora está a concretizar.
“Este é um projeto que trabalhei muito afincadamente quando ainda estava na Direção Nacional da Saúde. A minha preocupação foi sempre capacitar, ver os agentes sanitários mais próximos da comunidade, ter um serviço de saúde próximo da família, dos bairros e estar junto das comunidades. Estou muito emocionada de ver o projeto a andar com os seus próprios pés. Hoje estamos, aqui, com o manual editado e completo”, anunciou.
Maria da Luz Lima sublinhou o papel importante que os agentes sanitários desempenham e enalteceu a relevância dessa ação de capacitação, neste momento, tendo fundamentado que chegou tarde, mas em época propícia.
“Achamos oportuno fazer essa capacitação a essa hora. Chegou tarde, mas chegou num momento crucial da saúde no mundo e em Cabo Verde, e acreditamos que com essa capacitação vamos sair todos mais fortes. No contexto da COVID-19, sentimos, na comunidade, a necessidade de uma pessoa que entenda da doença e que possa também ajudar na implementação das medidas preventivas a nível das localidades”.
A Presidente do INSP frisou ainda que a perspetiva é que os formandos tenham uma visão global da saúde e que a formação seja um treino importante para a melhoria da saúde em Cabo Verde.
De referir que esta ação de capacitação vai decorrer da ministrada via Zoom e esta a contar com a participação de mais de 200 agentes sanitários de todo o país, uma agenda de 9 dias de formação e 21 formadores, e um leque variado de temas nomeadamente conhecimento da comunidade, higiene pessoal e ambiental, hipertensão diabetes, doenças cronicas, atenção a pessoas com deficiência, cancros prevenção e cuidados paliativos, promoção da saúde, saúde mental, saúde reprodutiva, comunicação de risco e engajamento comunitário entre outros.
Em Cabo Verde os Agentes Comunitários de Saúde são profissionais, cujas atribuições, são fundamentais no SNS, principalmente nos cuidados de proximidade com as comunidades, famílias e indivíduos. Estes profissionais têm contribuído há décadas para o reforço dos serviços e cuidados de saúde, assumindo funções de auxiliares de enfermagem nos postos e centros de saúde, de agentes autónomos nas Unidades Sanitárias de Base (USB) e de agentes de Luta Anti-vectorial (Manual dos Agentes sanitários 2018).