O Ministério da Saúde, através da Direção Nacional da Saúde, do Instituto Nacional de Saúde Pública, INSP, e do Hospital Universitário Agostinho Neto, HUAN, com apoio técnico da Organização Mundial da Saúde, realizou esta terça-feira,16 de maio, na sala de Banquetes do Palácio do Governo, um Workshop alusivo ao 𝗗𝗶𝗮 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗶𝗮𝗹 𝗱𝗮 𝗛𝗶𝗽𝗲𝗿𝘁𝗲𝗻𝘀ã𝗼 𝗔𝗿𝘁𝗲𝗿𝗶𝗮𝗹 que se assinala hoje, 17 de maio.
Ao intervir na cerimónia de abertura do Worskhop, a Presidente do INSP, Dra. Maria da Luz Lima, realçou sobre a importância desta data que é comemorada anualmente, relembrando que a hipertensão arterial é um fator de risco, “uma doença muito grave e uma preocupação importante de saúde pública em Cabo Verde, responsável pelas principais causas de mortalidade em Cabo Verde”.
“Essa data tem como objetivo consciencializar a população em geral e sobretudo os hipertensos, os familiares sobre esta doença que tem estado a causar muitos males e muitas perdas de vidas humanas em Cabo Verde, e as outras consequências associados a este facto”, afirmou.
Na mesma ocasião, a Doutora ainda referiu sobre a iniciativa do ano do AVC iniciada em 2019, para promoção da saúde, precisamente pela hipertensão arterial, neste particular, alertou que se conhecermos, se controlamos a nossa pressão arterial, podemos evitar a própria doença e as suas consequências.
Por seu turno, o Representante da OMS em Cabo Verde, Dr. Daniel Kertesz, enalteceu a iniciativa do Ministério da Saúde por realizar este evento e declarou que a hipertensão é uma das principais causas da morte prematura em todo o mundo.
Em relação ao controle da doença, segundo dados avançados pelo Dr. Daniel Kertesz, aproximadamente só 1 em cada 5 adultos com hipertensão tem a doença controlada, o que significa que “mesmo aqueles que recebem tratamentos não estão a receber um tratamento eficaz”.
Segundo garantiu aquele responsável, a OMS vem apoiando Cabo Verde a implementar um pacote de intervenções básicas para as doenças não transmissíveis a nível da atenção primária, onde o diagnóstico e o tratamento está incluído na abordagem do risco cardiovascular.
Já a Diretora Nacional da Saúde, Dra. Ângela Gomes, ao intervir para dar por aberto o Workshop, avançou que devido a mudança de perfil epidemiológico e nutricional da população, as doenças cardiovasculares, diabetes e doenças oncológicas tem sido a mais de 20 anos principais causas de doença e de morte no País.
Dados do relatório de doenças crónicas não transmissíveis apontoados pela mesma, indica que cerca de 30 % da população tem hipertensão, 3,4% tem diabetes e a população consome o dobro, em média 3,4 porções de frutas e vegetais por dia, uma taxa inferior a recomendada pela OMS que é de 5 porções por dia.
Neste sentido, a Dra. Ângela Gomes garantiu que o sistema nacional de saúde tem fortalecido as políticas e medidas de intervenções para ajustar-se ao novo perfil epidemiológico atual.
“Tem sido um grande desafio e está em vista um novo plano nacional de doenças crónicas não transmissíveis”, reforçou.
Relativamente ao Workshop, foram apresentados três painéis, sobre diversos temas, nomeadamente “Ser Ativo: Um dos determinantes de mais Saúde e mais Vida” apresentada pela Dra. Ivanilda Reis, do Instituto de Desporto e Juventude; “Alimentação saudável e equilibrada: Um Pilar na prevenção das doenças cérebro-cardiovasculares” apresentada pela Dra. Yamila Carvalho do INSP, e “Diagnóstico e Gestão do Doente Hipertenso” apresentado pelo Dr. Ivan Miranda- Serviço de Cardiologia, HUAN, todos sob moderação da Coordenadora do Programa doenças cérebro-cardiovasculares- Dra. Emília Castro Monteiro.
O evento contou com a participação de um grupo de crianças da escola portuguesa, dando mote a recomendação de se incentivar à promoção da saúde e prevenção de doenças, através do estilo de vida saudável, desde a tenra idade.
Vale referir que este ano o Dia Mundial da Hipertensão Arterial, é celebrado sob o lema “𝗩𝗲𝗿𝗶𝗳𝗶𝗾𝘂𝗲 𝗲 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗼𝗹𝗲 𝗮 𝘀𝘂𝗮 𝗽𝗿𝗲𝘀𝘀ã𝗼 𝗮𝗿𝘁𝗲𝗿𝗶𝗮𝗹 𝗰𝗼𝗺 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀ã𝗼, 𝗩𝗶𝘃𝗮 𝗠𝗮𝗶𝘀!”, com foco no aumento da consciencialização sobre a problemática em todo o mundo, especialmente em países de baixa e média renda.